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Da ideia ao empreendimento
O conceito de start-up envolve empresas jovens, embrionárias, recém-criadas ou ainda em fase de organização de seu campo de negócios
Dar o pontapé inicial e manter uma empresa não é algo fácil. No campo da tecnologia da informação (TI), não é diferente. Embora tenhamos exemplos claros no setor de projetos que decolaram do nada para o topo do mundo em poucos anos, como é o caso do Facebook, criado por Mark Zuckerberg, e do Twitter, idealizado por Evan Willians e Biz Stone, a realidade é bem distante destas exceções. Ainda mais se falamos de Brasil. Por aqui, as linhas de crédito e incentivos são menores, e o chamado capital de risco, que tanto ajuda as empresas do Vale do Silício, na California, e que por lá é chamado de capital de oportunidade, é praticamente inexistente. Em um cenário desfavorável como este, vale a pena investir numa ideia? Vale a pena apostar na inovação, no empreendedorismo? Em tirar da cabeça um conceito e criar, a partir daí, uma nova empresa, uma start-up?
O conceito de start-up envolve empresas jovens, embrionárias, recém-criadas ou ainda em fase de organização de seu campo de negócios. Elas podem até mesmo ainda não terem um produto ou serviço sendo comercializado. Também já foi observado que cerca de metade delas morrem ainda no primeiro ano de suas atividades e que 90% do total fecham suas portas antes de completarem cinco anos. O cenário é difícil, mas não impossível.
Recentemente, há cerca de três semanas, o Porto Digital iniciou as atividades da incubadora CAIS do Porto, projeto que vai abrigar 14 novos empreendimentos de base tecnológica com a finalidade de resolver problemas reais já existentes em Pernambuco. Um deles é o Mobiclub, idealizado por cinco estudantes do sexto período do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn). O Mobiclub é uma solução que visa o pagamento de contas direto pelo celular, diminuindo o incômodo e a perda de tempo em filas.
“Mais de 60% das pessoas se incomodam muito com filas. Várias deixam até de frequentar um determinado estabelecimento quando sabem que as filas do caixa por lá são grandes, como, por exemplo, algumas boates. Tentamos criar um sistema para que o pagamento seja liberado sem que a pessoa precise passar por este caixa”, explica Tiago Leite, um dos desenvolvedores do Mobiclub.
Sendo um jovem de 21 anos ainda cursando a faculdade, a dificuldade em pôr em prática um projeto como este, dividindo o tempo entre as cadeiras do curso e prováveis estágios profissionais, é ainda maior. Surgido como projeto para uma das cadeiras no final de 2009, o grupo ficou de olho nas oportunidades de tirar a ideia do âmbito da sala de aula e levá-la ao mercado. Aí que entrou o processo de seleção da incubadora CAIS do Porto.
“Tínhamos o conhecimento técnico, mas não o administrativo. Com a incubadora teremos consultoria, vamos criar um plano de negócios, viver a rotina de empresa. Além disso, ainda temos a marca do Porto Digital por trás. A CAIS pode fazer a ponte entre os investidores e nosso empreendimento”, afirma Tiago, instalado há menos de um mês na incubadora. “Tivemos que sair dos estágios e reorganizar nossas vidas, mas a partir deste mês será dedicação total à ideia. Temos que ter espírito empreendedor e correr atrás”, completa.